Editorial

Viver a cidade

Vi veracidade

Foi em tardes de terças e quintas-feiras que, por alguns meses, uma turma de estudantes de jornalismo parou para pensar o movimento, esse fenômeno que encanta e intriga a humanidade, há séculos.  Desde a filosofia clássica, passando pela física mecânica até chegar à quântica, observar o movimento faz a roda da história da civilização humana girar.

A visão filosófica o vê como a passagem da potência ao ato, por meio da alteração da natureza das coisas. O olhar científico enxergou no movimento a explicação para a composição dessa natureza, o entendimento da matéria veio graças à observação de como os corpos, sejam eles macro ou microscópicos, se movem. E se você está lendo esse texto, lembre-se de que o faz graças a tais descobertas que avançaram a ponto de utilizar o código binário na computação, trabalhando dois estados de energia, a presente e a ausente - e onde tem energia, há movimento.

Pois bem, foi com a mesma curiosidade científica e a sensibilidade filosófica que os artífices da turma de Laboratório de Jornalismo I investigaram sobre como os cidadãos de Fortaleza vão de um lugar a outro, quais veículos os transportam e como se sentem nesse looping diário do ir e vir.

O resultado do observar e acompanhar das andanças de seus personagens foi a produção de quatro reportagens sobre o transporte por meio do uso do automóvel, da bicicleta, da moto e do ônibus. Para compreender e traduzir como as pessoas se inserem nesse sistema modal da cidade, foi preciso romper a inércia, sair do laboratório e movimentar-se em direção ao outro, pois assim exige o ofício de jornalista.

Já faz um bom tempo que Galileu Galilei se atreveu a avisar que o nosso planeta se movia ao redor do Sol e não o contrário, como defendiam os geocentristas... foi um escândalo para muitos imaginar não estar no centro do universo. Talvez todo jornalista tenha um pouco de Galileu ao provocar o sair de nós mesmos e perceber o que ocorre à nossa volta. Pois bem, convidamos você a parar um pouco e conhecer as transeuntes histórias contadas por aqui. ​